José Netto: moto trip

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Em solo catarinense há 26 anos, José Netto trouxe de seu estado não somente sua dedicação ao trabalho como também o amor por motocicletas. Essa paixão vem dos tempos que ainda era um garoto e nem tinha idade para sair por aí pilotando. Sem dinheiro para realizar o desejo de ter uma moto, foi aos poucos chegando mais perto desse sonho. Primeiro comprou uma bota, depois um capacete. Aos 16 anos, Zé Netto, como gosta de ser chamado, comprou a sua primeira motocicleta, uma Yamaha RX 150 cilindradas. Na época já se arriscava com os amigos em pequenos passeios e corridas, o que para eles já proporcionava a típica sensação de aventura trazida por duas rodas.

Com a chegada de novas responsabilidades da vida profissional, as motos foram ficando de lado:

“Depois de um tempo eu tive uma Honda ml 150 cilindradas e, mais para frente, uma cB 400. Mas aos 25 anos eu casei, vendi a moto, fui trabalhar no Zero Hora em Porto Alegre e nunca mais pilotei”.

Zé trabalhou nos jornais Zero Hora e Diário Catarinense durante 21 anos. Logo após esse período, tornou-se sócio do empresário Wilfredo Gomes, com quem dividiu até 2012 a diretoria da agência de publicidade OneWG, atuando hoje como presidente. Após tanto tempo focado no mundo dos negócios, Zé Netto redescobriu sua antiga paixão por acaso. Em um encontro entre amigos percebeu que eles estavam combinando uma viagem de moto para o Deserto do Atacama e logo manifestou interesse:

“O Paulo Müller, meu amigo há 25 anos, ia passar uma temporada nos Estados unidos e reuniu alguns amigos em uma pizzaria para se despedir. Nessa ocasião eles estavam conversando sobre a viagem para o Atacama, que aconteceria em 60 dias, e logo perguntei se eu poderia acompanhar a viagem. Paulo me questionou se eu andava de moto. Expliquei que atualmente não, mas que gostaria de ir com eles. Faltando uns 20 dias eu comprei uma Suzuki 650 cilindradas”.

Antes de partir para a primeira grande aventura depois de tantos anos afastado das duas rodas, Zé Netto preferiu fazer um teste em solo nacional: “Estávamos entre 6 amigos que propuseram outra viagem antes de ir ao Atacama, para ver se eu ainda sabia andar de moto. Fomos para a Serra da Graciosa, uma subida no Paraná, na cidade de Curitiba, toda de paralelepípedo, o que dificulta a subida. Feita a prova, partimos para o atacama”.

Na rota, o grupo saiu de Florianópolis, subiu pela Br-282 e seguiu até a divisa de Santa Catarina com a Argentina. Passou por dentro do continente e voltou pelo litoral do pacífico, entrando novamente na Argentina até retornar ao Brasil. Essa foi a primeira sequência de lugares paradisíacos que Zé Netto explorou sobre duas rodas. A viagem foi realizada em 2010, com duração de 17 dias e 8 mil quilômetros rodados. Outros destinos já percorridos foram: Buenos Aires, Punta del Leste, Machu Pichu e Toscana.

Como já é de se imaginar, nem tudo são flores. E quando se sai pelo mundo fazendo moto trip, espera-se que um problema ou outro poderá acontecer. No entanto, Zé Netto se considera com sorte, já que as dificuldades são poucas se comparadas ao prazer que as viagens proporcionam: “Na primeira viagem para o Atacama, não tivemos nenhum problema, nem pneu furado. Somente quedas, que chamamos no motociclismo de quedas bobas. Como as motos são pesadas, se tem um buraco, a moto inclina um pouco e a tendência é cair, pois elas pesam 200 quilos e não consegui- mos segurar”.

Na viagem para o Peru, o problema foi mais grave: faltou combustível. Além de furar o pneu durante a rota para o Machu Picchu, o grupo encontrou dificuldades para conseguir gasolina no interior da Argentina, como relata Zé Netto: “Tem uma passagem interessante: estávamos na reserva e não encontrávamos combustível em nenhum posto. Começamos a ficar apavorados e resolvemos parar um carro e comprar combustível do motorista. Ele nos informou que mais para frente havia uma marina, cujo dono vendia gasolina”. O problema ainda não estava resolvido, Zé Netto conta que o responsável não estava no local. “Descobri que ele morava ali perto e fui à casa dele sozinho. Expliquei que estávamos viajando, que tínhamos um blog de aventura e que precisávamos de ajuda”. Deu certo. Por fim, recebemos a gasolina e ganhamos um amigo. Abastecemos a moto e fomos embora.

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